Psicopedagoga Jussara Barbosa explica o que os pais devem fazer caso notem comportamentos atípicos dos filhos

Por: Bruna Cássia | Foto: arquivo

Os sinais de alerta para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou simplesmente Autismo, podem ser percebidos desde os primeiros meses de vida da criança e os pais devem ficar atentos a comportamentos atípicos dos filhos, conforme orienta a psicopedagoga especialista em TEA, Jussara Barbosa.

“Geralmente ocorre agitação e/ou agressividade, inconsistência do sono, choro excessivo possivelmente decorrido da desregulação sensorial como sensibilidade a determinados sons, seletividade alimentar,  atraso no desenvolvimento da linguagem, que reflete na dificuldade em se comunicar de forma expressiva ou verbal, comprometendo a interação com o ambiente e o outro como um todo”, explica a especialista.

Segundo detalha, o TEA  é um distúrbio do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por desenvolvimento atípico ainda na primeira infância, e que se manifesta a partir de atraso da linguagem e da comunicação, comportamentos repetitivos e estereotipados e na interação social, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Ao notar qualquer sintoma semelhante, os pais devem procurar por um especialista que dará o diagnóstico correto para iniciar o tratamento adequado.

“Diante dos primeiros sinais, e suspeita do TEA, recomenda-se que a criança seja avaliada por profissional especializado na área, geralmente um psicólogo com formação em Autismo e neurodesenvolvimento infantil”, ressalta Jussara.

Dessa forma, o diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir do relato das queixas da família, das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.

“Após a confirmação do diagnóstico de TEA, é realizado o  encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional”, acrescenta.

Existe um tratamento melhor que outro?

A psicopedagoga reforça que é difícil generalizar qual melhor tipo de acompanhamento médico ou métodos, pois cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando o grau do espectro e suas peculiaridades.

“No entanto, recomenda-se a estimulação precoce conforme preconiza o modelo Denver, dentre tantas outras possibilidades associadas, conforme cada caso do espectro. Mas é fato de que o quanto antes, ou seja, se realizado o diagnóstico  na idade mais precoce possível, certamente  poderá levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral”, esclarece.

Dados do Autismo

Não há números precisos de quantas pessoas com Transtorno do Espectro Autista existam no Brasil, nem no mundo. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada 160 crianças tenha o transtorno.