Por: Redação | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quinta-feira (22), revelam que o Brasil vai parar de crescer em 2041, seis anos antes do previsto. Conforme as primeiras Projeções de População, em 17 anos, a queda da taxa de fecundidade levará à desaceleração populacional do país, quando atingirá a 220.425.299 habitantes. Em 2070, deverá diminuir até chegar aos 199.228.708 cidadãos.

Estados como Alagoas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro devem ser as primeiras regiões a apresentar diminuição da população, já entre 2027 e 2028. Puxados pela migração, o ritmo será mais lento em Roraima e Santa Catarina, apenas em 2064, conforme quadro abaixo.

“A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”, disse Izabel.

Entre os anos de 2000 e 2023, houve redução de 2,32 para 1,57 filho por mulher. No Brasil, o número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070. Entre os estados, a taxa mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39), enquanto a mais alta foi de Roraima, com 2,26 nascimentos.

Mas essa redução já vem acontecendo desde os anos 1960. Opção pela carreira e estudos, além da populariação dos métodos contraceptivos, fazem com que as mulheres tenham filhos mais tardiamente. Nos anos 2000, a idade média das mulheres gestantes era de 25,3. Em 2020 passou para 27,7 anos e chegará a 31,3 em 2070.

“Vários fatores contribuíram para isso, como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional (…). Indiretamente, isso também contribui para a redução do total de nascimentos”, disse Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.

O brasileiro está ficando mais velho. A idade média subiu para 35,5 anos em 2023 e deve atingir 48,4 anos em 2070. Em relação à expectativa de vida, também houve crescimento, de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e pode chegar aos 83,9 anos em 2070.

A proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou no período de 2000 a 2023, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões, segundo as Projeções de População do IBGE.

O Rio Grande do Sul lidera o ranking de maior idade média (38,1 anos), seguido do Rio de Janeiro (37,5 anos) e Minas Gerais (37,1 anos). Roraima é o estado com mais jovens, com média de idade de 28,7 anos. Atrás vem o Amapá (29,3 anos).

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