Por: Redação | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (05), trouxe um panorama do consumo de álcool no Brasil. Em 2019, mais de 104 mil mortes foram atribuídas à bebida alcoolica, uma média de 12 óbitos por hora, e custo de R$ 18,8 bilhões aos cofres públicos do Brasil. O levantamento tem por base estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A população masculina é a mais afetada, representando 86% das mortes decorrentes de doenças cardiovasculares, acidentes e violências. As mulheres correspondem a 14% dos óbitos, tendo como patologias associadas a doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer.

Em relação aos gastos diretos e indiretos que envolvem despesas correspondentes à saúde pública, do total de R$ 18,8 bilhões gastos na saúde pública, R$ 1,1 bilhão referem-se a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS).

A despesa do SUS com hospitalização de mulheres por problemas ocasionados ao consumo de bebidas alcoólicas é bem menor que o custo com os homens, respondendo a 20% do total. Isso se dá pelo menor consumo de álcool pelo público feminino, aponta a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019).

Entre os custos ambulatoriais atribuíveis ao álcool, 51,6% referem-se a despesas com homens. A maior incidência no atendimento ocorre nas pessoas entre 40 e 60 anos de idade.

“Isso confirma que as mulheres buscam mais atendimento precocemente do que os homens: elas são responsáveis por quase metade dos atendimentos ambulatoriais, mesmo com a prevalência de consumo de álcool entre elas seja menor’, explica o pesquisador Eduardo Nilson do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin).

Já os custos indiretos compreendem R$ 17,7 bilhões com as perdas de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias antecipadas e ausências no trabalho devido internação hospitalar e licença médica previdenciárias. O custo previdenciário totalizou R$ 47,2 milhões, sendo R$ 37 milhões gastos com homens (78%) e R$ 10,2 milhões com mulheres (22%).

Confira o levantameto na íntegra.