Fiocruz faz alerta para persistência no número de mortes

Por: Agência Brasil | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados divulgados nesta segunda-feira (11) pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz e Faculdade de Medicina de Petrópolis, alertam para a baixa cobertura vacinal completa contra covid-19 em crianças e adolescentes no Brasil. O estudo foi realizado em fevereiro de 2024, analisando boletins do Ministério da Saúde.

O boletim mostra que a cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e apenas 7% para o esquema completo com três doses. Na faixa de 5 a 11 anos, sobe para 55,9% com duas doses e 12,8% completando o esquema com três doses.  

Ainda conforme o Observa Infância, houve uma queda nos casos de morte decorrentes da covid-19 após o início da imunização dessa faixa etária. Porém, a baixa adesão à vacinação ainda é a principal causa da mortalidade pela doença.

Foram analisadas as oito primeiras semanas epidemiológicas dos anos de 2021 e 2024 com informações fornecidas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe (Sivep-Gripe/Fiocruz). No período em questão no ano de 2021, houve 118 mortes pela doença entre crianças e adolescentes até 14 anos. Em 2022, foram 326 mortes por Covid-19 nesta faixa etária, sendo quase a metade (47,1%) das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).  

Já em 2023, com a disponibilidade de imunizantes para crianças a partir de 6 meses, houve uma redução no número, registrando 50 óbitos pela doença, com um total 24,5% por SRAG. Neste ano de 2024, foram observadas 48 mortes por Covid-19 entre crianças e adolescentes com menos de 14 anos, sendo 32,4% destas por SRAG.

De acordo com o boletim, a cobertura vacinal para pessoas de até 14 anos está em 11,4%, semelhante ao percentual de 14,9% observado na população adulta (considerando o esquema completo com as quatro doses da vacina), o que mostra uma baixa cobertura vacinal contra a Covid-19 em todas as faixas etárias.

Para a Fiocruz, a estabilidade dos números de óbitos é reflexo da eficácia da vacina, o que mostra a necessidade de aumento na cobertura vacinal entre crianças e adolescentes como estratégia para frear a disseminação do vírus e de suas formas mais graves entre os adultos.